Cetamina: uma solução para o tratamento da depressão

por | fev 12, 2024 | Cetamina, Depressão | 0 Comentários

A cetamina foi desenvolvida para ser um anestésico e sedativo, é considerada extremamente segura, sendo indicada e utilizada em diversos países para procedimentos cirúrgicos ou para cirurgias de curta duração, procedimentos médicos que não necessitem de relaxamento muscular, como cesárea, desbridamento, enxertos de pele em casos de queimaduras ou punção lombar, por exemplo.
Nos últimos 20 anos, após estudos e testes, está se tornando alternativa para o tratamento de pacientes com depressão resistente e/ou ideação suicida. O Journal of the American Medical Association Psychiatry (JAMA) recomenda o uso de cetamina para episódio depressivo, por possuir evidências robustas de atividade antidepressiva, entretanto transitórias e sem dados contundentes de uso a longo prazo. Diversas outras publicações comprovam a eficácia da cetamina em ensaios com alto grau de evidência científica para depressão unipolar e bipolar.
A cetamina é encontrada somente em hospitais ou clínicas de procedimentos médicos, aplicada diretamente na veia, com doses individualizadas.
No entanto, a ação antidepressiva de uma única administração de cetamina diminui com o tempo e, portanto, é necessária a repetição da dosagem. Isso significa que, embora a cetamina possa proporcionar alívio significativo dos sintomas da depressão, ela não é uma cura permanente e os sintomas podem voltar se o tratamento for interrompido.
A cetamina é uma medicação segura, sendo capaz de reverter casos crônicos de depressão, com sucesso em até 70% dos pacientes com depressão resistente, essa melhora pode ocorrer em horas ou dias.
Como a cetamina age no alívio dos sintomas da depressão resistente?
A depressão resistente é uma condição de grande sofrimento ao paciente. Muitas vezes, o tratamento convencional não responde mais da maneira que deveria, trazendo prejuízos à vida do indivíduo.
A cetamina atua de maneira diferente dos antidepressivos convencionais. Enquanto os antidepressivos atuam no cérebro, promovendo o aumento ou redução de monoaminas, os neutrotransmissores serotonina, dopamina e noradrenalina, a cetamina atua diretamente no glutamato, substância que auxilia no reparo e reconstrução de circuitos cerebrais, aumentando o número de sinapses – ponto de contato entre uma célula e outra –, que são altamente danificadas em um paciente em estado depressivo.
Em alguns casos, a resposta à infusão de cetamina é bem ágil, ocorrendo em intervalo de horas, dada a eficiência do procedimento e da ação da substância no organismo.
Portanto, a cetamina surge como uma esperança para pacientes com depressão resistente, oferecendo uma alternativa eficaz quando os tratamentos convencionais não estão sendo significativos.
Cabe ao médico responsável, entender as principais queixas do paciente e a expectativa da família para o tratamento, e principalmente, o atual estado para o início do tratamento.
De forma individualizada, os planos são traçados. Acolhimento, pertencimento e empatia nesse momento são fundamentais para o atendimento e sucesso do tratamento.
Reforçamos que a indicação e aplicação da cetamina deve ser feita por um médico anestesista e dentro de ambiente hospitalar.
Se ainda tiver dúvidas, não deixe de nos contatar.

Referência:
Sanacora, G. et al. A consensus statement on the use of ketamine in the treatment of mood disorders. JAMA Psychiatry 74, 399–405 (2017)
Fond, G. et al. Ketamine administration in depressive disorders: A systematic review and meta-analysis. Psychopharmacology (Berl). 231, 3663–3676 (2014)

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